quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O VENDEDOR DE SONHOS, Augusto Cury

          Esse livro estava na minha estante há alguns meses, e li outros na frente dele, sem acreditar que seu conteúdo fosse muito bom. Acreditei ser mais um livro de autoajuda, e nada contra, mas para mim livros desse gênero me deprimem.
          Decidi por lê-lo e o fiz em menos de uma semana. Sinceramente, a história, a mensagem, a forma como o autor conduz os diálogos, executa as narrativas, é impressionante. 
          Numa vida atribulada de trabalho, fadiga, angústia, insensibilidade, falta de amor ao próximo, encontrar alguém que nos incita a acreditar em sonhos e a vendê-los, a qualquer pessoa que no caminho cruzar, é de fato inusitado!
           E quem, em qualquer circunstância da vida, em qualquer idade, classe social, entre outros fatores, não tem sonhos? Quem não esconde dentro de si aquele sonho da casa que não comprou, do carro que não obteve, da profissão tão almejada na juventude, da posição social dentro de uma grande multinacional? Quem não quer ter tempo  e dinheiro suficientes para poder curtir a vida, passear, namorar, viver a família, os amigos? Ter tempo para cuidar da saúde, praticar um esporte?  Quem não deseja encontrar a felicidade, a paz de espírito, o amor? 
           Enquanto lia "O Vendedor de Sonhos" sublinhei alguns trechos que me inspiraram e induziram a transpor para meu blog, como segue:
I- O Chamado
"No fundo, aquelas pessoas estavam tão perdidas quanto ele. Eram livres para ir e vir, mas se sentiam pesadas, controladas, sem suavidade. Faltava-lhes liberdade para arejar a própria personalidade". (Pag. 43)
           O desespero, a falta de perspectiva, de fé e de amor próprio pode condenar um ser humano à tal nível de mediocridade, que ele pensa em desistir e pôr fim à própria vida. No afã de cometer um suicídio, a personagem Julio Cesar se vê confrontado pelo Vendedor de Sonhos, que lhe apresenta uma nova visão da vida, do próximo e o convence a segui-lo e a vender sonhos...
"E, para os que pensam em pôr um ponto final na vida, procuro vender uma vírgula, apenas uma vírgula". (Pag. 42)

II- O Primeiro Passo
"- Uns têm uma loucura visível e outros, oculta. Que tipo de loucura você tem? (Pag. 53)
            O primeiro passo é reconhecer que não somos normais, que todos temos uma certa loucura a nos afrigir a existência. Os profissionais que atendem pacientes psiquiátricos têm a difícil tarefa de colocar um texto dentro deles, não enquadrá-los dentro dos seus muros limítrofes, mas entender que "cada doença pertence a um doente. Cada doente tem uma mente. Cada mente é um universo infinito". (Pag. 51)

III- Tirando o gesso da mente.
"Os pequenos gestos podem ter tanto ou mais impacto que os grandes discursos" ... "Felizes os que dão risadas das suas tolices, pois deles é a fonte do relaxamento". (Pag. 60) 
          A principal função do gesso é enrijecer. Uma mente engessada está dura, fechada, travada, não consegue visualizar novas hipóteses, possibilidades. E principalmente não sonha, não espera nada gratuito, sem nenhuma intenção por trás da ação. Acredita que felicidade está condicionada à posição e status social, e diretamente ao dinheiro.
            É importante expelir todo pensamento negativo que engessa a nossa mente. Temos que ser flexíveis e suscetíveis à novas experiências, às pessoas. Ninguém pode dar o que não tem dentro de si. 

IV- Chamando os Complicados
"Sem sonhos, os monstros que nos assediam, estejam eles alojados em nossa mente ou no terreno social, nos controlarão. O objetivo fundamental dos sonhos não é o sucesso, mas nos livrar do fantasma do conformismo". (Pag. 63)
            Os sonhos nos deixam livres, não devemos nos conformar com as situações, devemos acreditar que sempre é possível suscitar algo novo. O sistema social onde estamos inseridos tem feito estragos irreparáveis, reduzindo sonhos a nada, seres humanos à lixo. Muitos de nós vivem como autômatas, como robôs, sem propósitos, sem significados, sem metas, obedientes de ordens e cumpridores de deveres, sem pensar nos porquês, sem questionamentos. Deixamos a rotina nos aprisionar, acordamos todos os dias e fazemos as mesmas coisas, adquirimos uma postura passível para não modificar o pouco que conquistamos e pior, acreditamos que isso nos torna felizes... que espécie de felicidade pode vir da prisão espiritual onde nos confinamos?


V- Minha Casa é o Mundo
"Generosidade era uma palavra que habitava os dicionários, mas raramente o coração psíquico". (Pag. 75)
            Na trajetória do Vendedor de Sonhos seu maior desejo era difundir a generosidade. O ser humano vive hoje aprisionado nas suas "ilhas", isolados por medo de tudo e de todos. Perderam o sabor indecifrável de se doar, de abraçar, dar uma nova chance. Fala-se nas igrejas muito de amor ao próximo, mas raramente se sai das quatro paredes do templo para praticar a verdadeira caridade. O outro tem necessidade de falar, e não há quem os ouça. Não basta somente alimentar o corpo, mas é importante nutrir o espírito com sonhos.
              É impossível ser generoso, e perdoar o seu próximo, se não conseguir praticar consigo mesmo esses sentimentos. Todos erramos, agimos imprudentemente, damos vazão à ira, ferimos quem amamos com palavras, gestos, atitudes. Sofremos perseguições, mas também perseguimos... somos acusados, mas também acusamos, julgamos, criticamos... O primeiro passo para a correção é se perdoar, ser generoso consigo mesmo.



quinta-feira, 3 de novembro de 2011


                       A PAUSA NA VIDA
Na melodia da nossa vida a música é interrompida aqui e ali por "pausas’... nesses momentos podemos pensar que a melodia terminou, mas é Deus que, às vezes, nos obriga a dar um tempo, fazer uma  parada forçada.

Pode ser uma provação, planos fracassados, ou esforços frustrados, mas na verdade é preciso fazer uma pausa repentina no coral de nossa vida. 

Mas como é que o Maestro lê a pausa? 

Ele continua a marcar o compasso com a mesma precisão e toma a nota seguinte com firmeza, como se não tivesse havido interrupção alguma. Deus segue um plano ao escrever a música de nossa vida, a nossa parte deve ser aprender a melodia e não desmaiar nas "pausas". Elas não estão ali para serem passadas por alto ou serem omitidas, nem para atrapalhar a melodia ou alterar o tom. E sim para nos aprimorar. 

Se olharmos para cima, Deus mesmo marcará o compasso para nós, sem nos esquecermos de que “ela ajuda a fazer a música”. Com os olhos Nele, vamos ferir a próxima nota com toda a clareza sem murmurarmos tristemente: “Na pausa não há música”. 

Compor a música da nossa vida é geralmente um processo lento e trabalhoso. Com paciência, Deus trabalha para nos ensinar! E quanto tempo Ele espera até que aprendamos a lição!

Lembre-se, a pausa não dura muito, é apenas um tempo suficiente para que você se renove e continue...

Ela apenas serve para continuar a música!!! Olhe melhor a sua volta... Viva a Vida!
Pare! E aceite a pausa, você merece ser mais amado e amar, sonhar, sorrir, cantar e ser feliz, muito mais feliz!!!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

PALAVRAS E SILÊNCIO


Florian Bernard

Há algumas coisas que são lindas demais para serem descritas por palavras. É necessário admirá-las em silêncio para apreciá-las em toda a sua plenitude.

As grandes falas servem, freqüentemente, para confundir ou doutrinar. Às vezes, o silêncio é mais esclarecedor que um fluxo de palavras. Olhe para uma mãe diante do seu filho no berço. Ele consegue muito bem tudo o que quer sem dizer nenhuma palavra.

Na realidade, as palavras devem ser a embalagem dos pensamentos. Não adianta fazer longos discursos para expressar os sentimentos de seu coração. Um olhar diz muito mais que um jorro de palavras.

Creio que, em sua grande sabedoria, a natureza nos deu apenas uma língua e dois ouvidos para escutarmos mais e falarmos menos.

Se as palavras não são mais bonitas do que o silêncio, então é preferível não dizer nada. Quanto mais o coração é grande e generoso menos úteis são as palavras.

É necessário lembrar do provérbio dos filósofos: as verdadeiras palavras não são sempre bonitas e as palavras bonitas nem sempre são verdades.

As grandes mentes fazem com que, em poucas palavras, muitas coisas sejam ouvidas. As mentes pequenas acham que têm, pelo contrário, a concessão para falar e não dizer nada.

Poucas palavras são necessárias para expressar “eu gosto de você.” Portanto, todas as outras que poderiam ser ditas são supérfluas...

...e não são palavras curtas e fáceis de serem ditas. São aquelas que causam as maiores conseqüências.

São necessários apenas dois anos para que o ser humano aprenda a falar e toda uma vida para que ele aprenda a ficar em silêncio.

Ser comedido com as palavras é uma prova de profunda sabedoria.

Saber ouvir também.http://www.facebook.com/pages/Acredito-em-Anjos

domingo, 23 de outubro de 2011

Um dia de cada vez...

             O ano tem 365 dias, que tem 24 horas, cada hora 60 minutos... e a sensação que nos aprisiona é que falta tempo para realizarmos tudo o que queremos, devemos ou podemos fazer!
              Colocamos culpa nas pessoas, na falta de dinheiro, no mal estar físico, enfim, em tudo ao nosso redor, sem querermos admitir que o maior culpado de nossas frustrações somos nós mesmos! Nossas expectativas são sempre grandes demais, esperamos sempre que o outro nos entenda, nos respeite, nos ame... e quando isso não acontece, ficamos arrasados!
               A ansiedade é a inimiga da paciência... não sabemos esperar pelo momento certo de falar, de agir e acabamos precipitando nossas ações.
               Aquela velha frase  "não deixe para amanhã o que se pode fazer hoje" já não vale a pena se virar obrigação. Hoje devemos entender que devemos fazer o que estiver ao nosso alcance, conservando principalmente paz de espírito. O importante é viver um dia de cada vez, tentando realizar o máximo de coisas possíveis, mas sem estresse! A escolha é sua.

sábado, 22 de outubro de 2011

A vida continua...

Quando criei esse blog a intenção era relacionar e comentar os livros que li. Entretanto, observei que a ultima postagem foi feita em 2008 e já estou no final de 2011... não parei de ler, mas cometi o deslize de para de escrever.
Engraçado que antes a desculpa era falta de tempo. Depois do acidente ocorrido em 31-08-2011, tempo não me falta, mas sim vontade. Leio pouco, embora minha estante esteja cheia de livros. Quase não escuto músicas. E não escrevo há um tempão. Estou me sentindo prisioneira da televisão, só me dando conta disso agora.
Decidi então romper as barreiras, dar asas à minha imaginação e escrever, deixando as palavras expressarem sentimentos contidos.
Daqui para frente uma nova página do livro da minha vida será escrita, porque a vida continua.

domingo, 8 de junho de 2008

DIVISÃO DOS GÊNEROS NA ANTIGUIDADE

Épicos - Lexâmetros dactílicos (marcação métrica).
Características: Épicos na Antiguidade (A ILÍADA).
  • inicia-se sempre "in media res" (no meio do caminho), havendo um retorno posterior na história para explicar os acontecimentos anteriores.
  • a história presente em A ILÍADA tem início no X ano de guerra.
  • conceito de Emil Stile: "para quem conta o épico o importante não é chegar ao fim, mas a maneira como a história é contada".
  • na época e que A ILÍADA foi escrita, supostamente por Homero, pois não há provas de quem realmente a escreveu, todos já conheciam seu desfecho, seu fim; isso se dá devido a tradução oral, que corria pela Grécia, através das gerações.
  • denomina-se aedo o contador de histórias nos palácios.
  • característica predominante: grandiloqüência - falar bonito, com exageros, de bom e alto som.
  • a expressão oral é o que dá continuidade à história das tribos. Ex.: cultura africana (oralidade).
  • repetição em A ILÍADA - maneira de guardar na memória (mimemosine). A memória está ligada à história e à oralidade. Memória fica para a eternidade.
  • o narrador não se envolve com os fatos narrados; não há alterabilidade de ânimo frente aos acontecimentos; refere-se ao passado, a história é contada da mesma maneira do início ao fim.
  • mistura o real histórico com o lado mítico. Só mediante estudo é que se consegue obter essa separação.
  • a divisão das cidades-estados os mantém ligados pela religião e pela língua.

MITO

BREVE APRESENTAÇÃO DA HISTÓRIA E CULTURA GREGA - Parte 2

O Mito
Os gregos antigos tiveram grande facilidade em inventar histórias fabulosas que, antes do progresso racional e científico, servissem para explicar as origens dos fenômenos naturais e do comportamento humano. A mitologia grega é o conjunto destes mitos ou fábulas.
Mircéa Elíade aponta as seguintes características do mito vivido nas sociedades primitivas:
  1. O MITO é a história fantástica dos atos dos entes sobrenaturais (deuses, semi-deuses, heróis);
  2. Esta história é considerada no momento de sua invenção pelo povo, verdadeira, porque se refere à realidades (criação do mundo, do fogo, etc);
  3. A história mítica se relaciona sempre com uma criação, narrando como algo passou a existir ou como um padrão de comportamento, uma instituição, uma maneira de trabalhar, etc, foram estabelecidos. Essa é a razão pela qual os MITOS constituem os paradigmas de todos os atos humanos significativos;
  4. O conhecimento do MITO proporciona o conhecimento da origem das coisas, chegando-se, consequentemente, a dominá-las e manipulá-las à vontade; com efeito não se trata de um conhecimento exterior, abstrato, mas de um conhecimento que é vivido ritualmente, seja narrando cerimonialmente o MITO, seja efetuando o ritual ao qual ele serve de justificação;
  5. De uma maneira ou de outra, vive-se o MITO, no sentido de que se é impregnado do poder sagrado e exaltante dos eventos rememorados ou ritualizados; a diferença entre "mito" e "lenda" reside, ao nosso ver, no fato de que o primeiro implica a crença, quando esta cessa de existir na alma do povo, o MITO torna-se lenda.